quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Pra  deixar algum amor, basta eu cismar, num troco nem a roupa!!!

Esse é um trecho do livro de Jean Wyllys,que eu li há algum tempo. Já atravessei vários amores e sempre releio essa parte, assim como o livro. Acho legal e não pense que é uma parte sofrida, não, é uma espécie de Fênix e eu a chamaria de 'Algumas lições de amor'.
"Diga lá, meu coração
Não pense que eu lhe dei meu coração. Ao contrário do que sonha o amado, o que ama apenas empresta seu coração não o dá em definitivo. E o faz não para satisfazer o outro, mas a si mesmo. Como se trata de um empréstimo. Agora eu o quero de volta, para dá-lo a um outro alguém, que não o ponha entre as bugingangas... Mas, ao mesmo tempo, um outro alguém que tenha aquela mesma luz que me levou até você. Se é certo que só somos felizes na vida quando amamos muitas vezes, não é menos verdade que, em todas as vezes, sempre amamos a mesma coisa em pessoas diferentes. Na verdade, os nossos amores são sempre os mesmos. Vc é, de alguma maneira, a pessoa que eu amei antes de vc, e assim retroativamente, até chegar ao amor puro, aquele sem sujeito, nem predicado. Sendo assim, devolva meu coração e o amor que carrego dentro dele. Quero espaná-lo, limpar o pó que vinha desbotando seu vermelho e entregá-lo a alguém que admire sua cor.
Meu amor agora não tem mais rosto, estou livre das noites insones, das declarações de amor não correspondidas e do chão frio, sim, pois se vc nao percebeu, cheguei a rastejar.[Não tenho mais que escutar as palavras vãs que saíam de sua boca, pois vc amava como ama qualquer coisa]. Vou procurá-las agora em outras bocas [que as façam ter algum sentido]. Estou livre de seu capricho de ter um coração empoeirado na estante. Apaguei aquela sua chama de frio que me congelava. Quero o meu coração de volta pq ele nunca foi seu. Como não posso pedir também a marca que ele vai deixar no pó que cobre a sua estante, espero... que o pó cubra novamente essa marca, ele vai ser o único vestigio do meu coração entre as suas quinquilharias, como se eu estivesse [sempre] presente na sua solidão." 



Jean Wyllys- Ainda lembro.


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