terça-feira, 29 de junho de 2010

"Eu sonhei com olhos nos olhos, um abraço apertado e um pedido de desculpas sincero...E o Tudo se tornava Nada..."






No fundo eu queria estar enganada, eu queria acordar e ver que foi uma má impressão, e me dá conta que tudo foi culpa minha. Eu sempre prefiro achar que eu tenho culpa por qualquer coisa que acontece ao meu redor... É como se assim eu pudesse controlar tudo. Fui eu que errei, a culpa foi minha então eu posso voltar atrás e concertar. Admitir que a culpa seja do outro, é como se eu me colocasse nas mãos alheia, dependesse da vontade do outro.

Não gosto de guardar raiva, mágoa, ressentimentos. Tudo isso pesa muito na minha alma mas também não dá pra voltar atrás e fingir que nada aconteceu... Pra mim tudo tem que ser preto no branco. Se houve desentendimento, conflito... Põe as cartas na mesa, abre o jogo, coloca os pingos nos "is". Enfim, diz tudo o que pensa e o que sente e escuta tudo que o outro tem a dizer e desabafar. Resumindo, eu sou adepta ao dialogo. Errou? Volta atrás, pede desculpas, repensa, analisa... É humano errar. Medíocre é errar e insistir no mesmo erro. Covardia é errar e nunca admitir.
"E quem pode comigo quando eu digo tudo o que sinto? " Caio F. Abreu






E quem pode comigo quando eu falo tudo o que eu penso?

As pessoas não são acostumadas com a sinceridade... Muitas vezes quando nos perguntam algo, uma opinião sobre alguma coisa, elas intimamente já tem a resposta que gostariam de ouvir e quando acontece de ouvir o que não queriam..? Ah, é porque eu sou rude, insensível...

No fundo não estamos preparados para sermos contrariados...

Não sou dona da verdade, a senhorita sabe tudo, a solucionadora de problemas, não... Não sou! Nem tenho pretensão de ser. Mas tenho opinião sobre tudo nesta vida e não tenho medo nenhum de dizer o que penso... Sou áspera as vezes com as palavras, realmente sou! No fundo estou demonstrando minha franqueza e o quanto eu me importo com as atitudes dos meus entes queridos!

Enfim, eu estou dizendo que gosto de você! Gosto mas não estou aqui pra dizer o que você quer ouvir! E se minhas opiniões parecem "duras", desculpe mas não sei ser diferente!

segunda-feira, 28 de junho de 2010














Hoje, pensando sobre o casamento entendi que a única forma de sustentação dele é o amor. Parace óbvio e pode parecer também que eu não tenho nenhum conhecimento de causa para falar sobre. Mas, me parece que falar sobre casamentos ou sobre qualquer coisa é possível se você for um bom observador, se você pesquisa sobre, ou se você consegue tirar lições com os erros das pessoas ao seu redor. Com toda certeza alguém que não passou pela situação nunca vai poder descrever tão bem quanto alguém que passou. Mas, de qualquer forma, aqui vai a minha tentativa (baseada única e exclusivamente em observação, análise, pesquisa e nas lições alheias).



O grande problema é que hoje as pessoas já casam pensando na possibilidade de separação. “Se não der certo, a gente separa” e pronto. Você pensa que os casamentos mais antigos duravam até a morte os separar por quê? Porque eles sim, sabiam lidar com as adversidades, sabiam ser companheiros e não abriram mão do amor no primeiro obstáculo. As pessoas cada vez mais buscando apenas o lado bom de se relacionar com alguém, não se dão conta de que não existe casamento perfeito. É impossível conviver com alguém, dividir seu mundo com outra pessoa, sem que existam atritos. Tem coisas em você que não agradam seu companheiro e vice-versa. Vocês não tiveram a mesma criação, à vocês não foram passados os mesmos princípios, talvez nem tenham a mesma religião… A tolerância é um ponto-chave, assim como o perdão. Saber relevar certas coisas se faz necessário em inúmeros momentos, mas isso não é de forma alguma um sacrifício, isso deve ser feito por sabedoria, por maturidade e por amor.


Não importa se o pretendente dela é rico, ou de família importante. O amor é o fundamental, o resto se conquista. Nós não temos como prever como vamos estar em 20 anos, se vamos perder tudo, se vamos enriquecer… o que se sabe é que se existir amor, vamos ter o suficiente. É como dizem por aí: “Você nunca vê os dias difíceis numa foto. Mas são eles que nos levam de uma foto feliz a outra”. Não importa o que dizem os casais sobre seus casamentos perfeitos construídos em pilastras de aparências, eles podem fazer a vida juntos parecer perfeita, mas ela não é. Os momentos difíceis trilham o caminho para outros momentos felizes, e a cada crise superada o amor se fortalece.


Entenda que vocês não tiveram filhos para transferirem o amor do seu parceiro para o seu filho. No seu coração cabem os dois amores, por maiores que sejam, eles coexistem. Tenha paixão, mas não deixe que ela te torne controlador ou possessivo. Lembre-se que você não pode cobrar do outro os seus sonhos não realizados, estar com ele foi uma escolha sua e de mais ninguém. Não é feio, errado ou sem graça andar de mãos dadas, dar um beijo de surpresa, ir ao cinema ou dar flores mesmo depois de 30 anos de casados.


Você talvez não possa prometer amar alguém até que a morte os separe. Até porque, não somos sempre os mesmos. Com o passar do tempo, mudamos, a cada crise aprendemos algo novo, adquirimos algo novo e a cada alegria também. Afinal, a vida é feita de aprendizados e quem não muda nunca, não evolui. Aprendamos então a amar os muitos “eus” que irão surgir durante o tempo que estão juntos. Quer duas coisas que têm o poder pra destruir um casamento? O tédio e a rotina. Não dê cabimento a rotina, nem se deixe cair no tédio e você já tem uma grande coisa. O casamento não é um “amor ligeiro”, não tem essa de “não dá certo? separa”! O casamento é algo maior, queira você ou não, ele deixa marcas.


domingo, 27 de junho de 2010

Coisas da vida ( da minha vida)

























Existem coisas difíceis na vida. É difícil bater o dedinho no pé da mesa. É difícil suportar a cólica menstrual. É difícil ver lixo na rua. É difícil ver quem a gente ama sofrer. É difícil perder quem a gente ama. Não falo do perder de pé na bunda, do perder da pessoa ter ido embora por livre e espontânea vontade e ter deixado você e o seu coração de mãos abanando. Falo do perder perdido, perder sem ninguém avisar, perder sem mais nem menos, perder pra morte. Você fica perdido com a perda, perdido na dor e no silêncio e na solidão. Isso é bem difícil. De vez em quando a gente tem que perder pra ganhar.



Eu tinha muito medo de virar adulta, de ser gente grande, de crescer. Não que eu tenha crescido muito, mas vá lá, eu tenho 1.69 e sei que o número é bem sugestivo. O assunto é bem sério agora. Quando eu era pequena achava que nada ia me machucar, a não ser quando eu caía no chão e realmente me machucava, então eu abria o berreiro e lá vinha a minha mãe com o colo quente e as palavras afetuosas. Às vezes ela me xingava, eu-te-disse-pra-não-fazer-isso-eu-te-disse. É, ela sempre me disse. Um dia eu ainda descubro por qual motivo as mães têm sempre razão. Bruxas boas. Deixei de ser criança e entrei na fase cruel da adolescência, sim, é um período malígno, muitas dúvidas e incertezas, pouca compreensão e aceitação. Não fui rebelde, mas sempre fui brava e dona de uma personalidade forte, é-assim-e-pronto. Cheia de radicalismo e cabeça-durismo. Tive umas decepções amorosas, outras escolares. Muito eu chorei no colo da minha mãe, por não saber lidar com os meus sentimentos. Então a fase passou, comecei a caminhar com as minhas próprias pernas, a fazer por mim. Mas de alguma forma eu não sentia que a minha vida me pertencia.


Eu já tinha vinte e poucos anos e me sentia um bebê. Tem diferença entre você conservar o lado bonito da infância e você ser um bebê incapaz de chacoalhar a cortina da própria vida. Medo de correr mais na frente, receio de ficar trancada em algum labirinto criado pelos acontecimentos da vida, porque a vida de vez em quando enreda, embola, dá nó. E pai e mãe não são eternos, tampouco o colo deles, muito menos a solução que eles oferecem. E fiquei por aí, meio perdida, com vinte e meio anos, depois vinte e muitos. Então, alguma coisa clareou. Uma coisa sem nome e com nome, que surgiu de repente e disse ei, vamos lá, a vida te dá muitas chances, aproveita e deixa de ser boba. E eu queria ser boba, é tão bom ser boba, dá trabalho virar adulta e querer uma vida de adulta. É fácil falar eu quero uma casa minha, uma vida minha, um trabalho meu, tudo meu e muito meu e é todo meu. Difícil é você se desligar do que estava acostumada e acomodada, porque a vida também é acomodação.


Tenho um lado que gosta de cuidar dos outros. Os outros são as pessoas que eu gosto. Durante algum tempo passei vivendo outras vidas, sendo outros eus, vivendo sonhos que não eram meus. Uma preocupação cortante se o outro é feliz. O outro podia ser um amigo, um pai, uma mãe, irmãs, sobrinhos, um conhecido. Me doía a dor do outro, ainda me dói. Não entendo direito isso, nem sei que nome tem, mas eu gosto de ver todo mundo feliz e bem. Nem sempre dá, eu sei, e acho triste. Mais triste ainda era eu esquecer da minha vida pra lembrar da vida de alguém. Primeiro você tem que cuidar de si, se não estiver bem cuidado como vai conseguir tomar conta de outros? Nem sei se os outros precisam de tantos cuidados assim, mas de alguma forma eu acho que sim. Tenho um Complexo de Salvadora do Mundo. Ele me faz mal às vezes. Eu me faço mal de vez em quando. E era tudo, tudo. Fulana que brigou com o ficante. Beltrana que levou um peteleco do irmão. Mariazinha que brigou com o pai. Eu me envolvia de tal forma que de vez em quando o sono saía pela janela e não mais voltava. Não, não sou a melhor pessoa do planeta. Mas eu sinto, sabe? Sinto que a gente não pode ficar indiferente na frente do outro. Nem nas costas. Nem por nenhum ângulo.


Já magoei algumas pessoas, é inevitável, viver causa mágoa também. Já me magoaram fundo e me doeu e eu disse tudo bem, passou. Sabe, pra mim passa. Acho bonito saber perdoar. Demorei pra aprender a me desculpar. Tudo bem, passou. Errei muito, caí bastante, me cobrava por isso, queria uma perfeição que só existe no cinema. Queria uma vida de filme, mas o que eu via era um alguém perdido, perdida, com preocupações e olhares pra fora. Eu precisava olhar pra dentro, me procurar. Eu fiquei um tempo perdida, acho que dormindo, meio Bela Adormecida. Um sono longo, profundo, tentavam me acordar e eu dizia shhh, me deixa. Me deixa, me deixa, me deixa. Eu lembrava dos outros pra me esquecer. Ajudava quem eu podia pra poder continuar dormindo, sem acordar e olhar pro espelho. Escondia a minha alma de mim, pra emprestar pra quem precisasse. Infelizmente, durou muito tempo. Não me arrependo, acho bonita essa minha capacidade de doação. De entrega. De conseguir me colocar no outro lugar. Mas quase perdi o meu, deixei a minha cadeira vaga por um período imenso, intenso.


Existem coisas difíceis na vida. Eu pensava que, ao olhar só pra mim, o egoísmo surgiria. Não gosto de quem se graduou no Egoísmo. Prefiro me manter distante. Percebi, então, depois de um árduo trabalho mental eu versus eu mesma, que se eu realmente me encontrasse iria ser mais feliz. E se eu fosse mais feliz e estivesse em paz poderia me doar mais. E pra me doar eu não preciso que vejam o que estou fazendo, pode ser uma doação distante, serena, silenciosa.


Dois mil e nove começou difícil. Pensava que ia ser um ano terrível, pela forma como começou. Dois mil e dez já anunciava o que viria:  O ano foi andando e me mostrando que existem coisas lindas por trás do que a gente acha que é dolorido. Existe aprendizado, amadurecimento, compaixão, clareza de entender quem é você, sabedoria em aceitar que nem tudo está ao alcance dos seus dedos compridos e brancos. Uma sensação de paz foi surgindo, um conforto por entender mais de mim, da minha vida, de quem eu sou. Outros olhos me mostrando coisas novas e profundas sobre a vida, sobre viver, sobre sentir. Outros olhos afugentando medos e temores e me ensinando que o amor imenso e simples existe. Outros braços ajudando os meus, quando eles não sabiam se poderiam segurar alguns pesos. Outras pernas dando suporte para as minhas, quando elas duvidavam da capacidade de seguir caminhando para a frente. Outro coração me dizendo coisas que eu não sabia. Outra alma sorrindo para a minha, esticando a mão e me mostrando por onde ir. Outra voz me dizendo pra deixar de ser Madre Teresa e me preocupar mais com a minha vida, pois se preocupar com os outros é bonito, mas cada um precisa cuidar de si mesmo. Foi o ano que mais eu ganhei. Outro colo me esperando, pra quando a vida fica difícil. Porque ela fica. E a gente precisa entender isso.


 E como eu tenho pressa. Pressa de saber, de querer, de sentir. Mas eu preciso entender que virar adulto é ter paciência, é pensar mais, é não fazer cara de choro quando alguma coisa sai errado. Eu chego lá. Chego com a certeza de saber que no próximo ano coisas lindas acontecerão, pra mim e pra você. Chego com a gratidão dentro dos meus dedos, pois este ano foi o melhor ano que já vivi até hoje. Sei que ele ainda não acabou, mas a gente sabe que dezembro está batendo na porta(..sim exagero, ainda estamos em junho) Vou abrir, ele que entre, fique o tempo que quiser e se vá. Hoje, pra mim, é um dia de certezas. Sei que dias difíceis virão, mas também sei que existe muita beleza neles. Porque existe beleza em tudo. Depende de como os nossos olhos enxergam. Hoje os meus olhos enxergam a simplicidade. Ganhei muito este ano. Muitos. Eu me ganhei.


































12 DE JUNHO DE 2010...























casal mais lindo que ja vi num desenho animado


Tem gente que ama se apaixonar. Tem gente que ama por amar. Tem gente que ama lá do fundo da alma. Tem gente que pensa que ama. Tem gente que desama. Tem gente que não acredita mais em príncipes, princesas e contos. Na verdade, tem gente pra tudo. Dizem que no amor e na guerra tudo vale. Será?



Você não foi feliz uma, duas, três vezes. Desiste de procurar aquele grande amor. Decide riscar esse palavrão da sua vida. Amar, pra quê? Chega, não quero mais. Amar é para os tolos, fracos, estúpidos. Você se fecha pra balanço, se aposenta, pede demissão. Resolve viver só. Por um tempo é legal, por uns meses é até saudável aproveitar a tal fossa-pós-amor-que-não-deu-certo, mas não é bom rotular todos os supostos pretendentes, eles não podem levar a culpa pelo que saiu fora do roteiro. Homens são todos iguais, mulheres são todas iguais, odeio quem acha tudo igual. As histórias são diferentes, as pessoas mudam, amadurecem, evoluem. Evolua também no pensamento. Não deu certo? Nem sempre dá, mas uma hora acontece, acredite.


Como aquela vizinha pode ter uma vida tão boa se ela é feia? Como aquele cara mau caráter pode ter subido depressa na vida? Não entre nessa, não vista a touca de vítima infelizona, não compare a sua vida com a do colega de trás. As pessoas entram nas nossas vidas em momentos indefinidos. Nunca saberemos os motivos, mas sempre sentiremos. Quando alguém fizer o seu coração bater rápido e devagar e ficar feliz e disparar feito louco e ao mesmo tempo ficar quieto e calmo e sereno, é o amor. A paixão só dispara. O amor é uma espécie de calmante. Dá frio na barriga, mas aquece o corpo inteiro, é aconchego.


Não dá pra desistir, nem se amargurar. O amor não tem culpa, assim como os casais felizes. Quem levou um pé na bunda há pouco tempo deve odiar as propagandas na televisão, deve fechar os olhos na noite do dia doze, afinal, todos os casais enamorados estarão distribuindo carinhos, abraços, beijos e juras de amor, quem sabe, eterno. Quem está sofrendo veste o recalque amargurado, o que só acaba por aumentar a sensação de solidão e infelicidade.


Um dia, há muito tempo atrás, eu fui assim. Na semana do dia dos namorados nem ligava a televisão. No dia doze de junho me enfiei em casa e nem com reza forte coloquei o nariz pra fora. São fases. O bom é que elas passam. Você ri do passado e se pergunta por qual motivo agiu feito criancinha boba. Eu sei, sei bem que são incontáveis os motivos. Desilusões deixam o coração enrugado. Mas eu sei que você pode achar um creme para atenuar as linhas de expressão, todo mundo acha, é só estar de peito aberto. É só querer, de verdade, se dar uma chance.


Muitas coisas a gente protela, muitas desculpas a gente se dá. No dia doze vamos nos desculpar por tudo o que não deu certo, por todas as nossas fraquezas, pelos amores não correspondidos, pelos esconderijos em corpos de uma noite, pelos beijos sem tesão, pela fome guardada nas paredes emocionais.

Quem tem um amor honesto, feliz dia. Quem ainda não achou um colo para repousar após os dias cheios, calma. Primeiro se desculpe, se livre de mágoas, dê uma trégua, tire as teias de aranha do coração, abra as janelas e deixe o cheiro a mofo sair de dentro. Depois? Bem, depois você verá o que a renovação faz com quem resolve apostar ser feliz.









domingo, 20 de junho de 2010

Não dês valor maior ao meu silêncio;



E se leres recados numa folha branca,


Não creias também: é preciso encostar


Teus lábios nos meus para ouvir.






Lya Luft

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Aprendi... Que duas pessoas discutindo, não quer dizer que se odeiam. Que duas pessoas felizes, não quer dizer que se amam. Que o mundo dá voltas e a vida é uma seqüência de desafios. Que algumas feridas saram, outras não. Que quem vive do passado é museu.Que quem vive o futuro, não vive... Sonha. Que com a pessoa certa, uma vida é pouco tempo. Que com a pessoa errada, um minuto é muito. Que mesmo acompanhado, ainda posso estar só. Que caráter vem do berço, não se compra. Que Amor não se exige, se dá. Que meus amigos eventualmente vão me machucar, são humanos. Que um ato pode mudar toda uma vida. Que nem toda uma vida pode mudar alguns dos nossos atos. Que o importante pra mim, não é pra outros e isso não é defeito. Que a decência é uma prática diária. Que humilhar é a pior das covardias. Que a capacidade de amar, é nata. Não depende de terceiros. Que a beleza esta na alma. Que NADA é para sempre.


E Que ainda tenho muita coisa pra aprender!"

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mulheres e suas discussões confusas

Espaços vazios
















Pensei que era inteligente por dizer o que eu pensava muitas vezes. Tem coisa mais burra que isso? Existe sempre aquela certeza boa de tô-fazendo-a-coisa-certa. Aquele orgulho absurdo em dizer eu-falo-tudo-o-que-penso. O que a gente ganha com isso? Mudando a pergunta: o que a gente ganha se gabando de dizer todo o bê-a-bá que pensa?



Em outros casos, o silêncio é um bom amigo. A vida vem e vai, você vai e vem junto com ela. Passa por etapas, fases, aprendizados. Até que você dá de cara com o ensinamento da sua avó "nós temos dois ouvidos e uma boca". Isso quer dizer que temos que ouvir mais e falar menos. Para mim, confesso, isso sempre foi difícil, sou faladeira de carteirinha. Mas aprendi, levando de taco de beisebol no plexo solar, que a gente deve manter a língua fazendo ioga dentro da boca. Nem sempre podemos falar o que pensamos. Se eu dissesse tudo o que penso de todo mundo, suspiro fundo, eu estaria em coma no hospital. Teria apanhado muito, pode ter certeza. É o clássico ah, desculpa, estraguei o teu sapato. E você fala nem esquenta, não tem problema. Eu te dou outro. Não, não precisa tudo bem. Enquanto isso, no seu cérebro, você pensa ah, é, filha da puta, também, né, com esse pé gigante e chulezento, égua de uma figa, eu devia era te fazer me dar três iguais a esse. Mas você é uma moça fina e guarda para si os pensamentos.


O silêncio é bem-vindo em casamentos. Principalmente naquela parte em que o padre pergunta se alguém tem algo contra o matrimônio e você sabe que a noiva foi chifruda um zilhão de vezes e tem vontade de pegar o microfone e gritar para todo mundo ouvir, mas fica quieta, sorridente e com cara de é-o-casal-mais-combinante-que-vi-na-vida-minha-gente.


Ah, o silêncio. Vou dizer-fazer-e-acontecer. Não vou ficar quieta não. Tenho razão, digo o que penso, sou gente fina, elegante e sincera. Você deve ter se identificado com alguma frase dessas. O silêncio, assim como a gente, cresce. Deixa de ser criança e se torna adulto, amadurece. A esperteza não está em responder tudo, em tomar atitudes, em responder provocações, em não deixar nada barato. E por falar em barato, claro que ninguém precisa ter sangue de barata. É só saber a hora certa de quebrar o silêncio e deixar a voz parir o eco.
As provocações precisam de ar puro, não podem ficar presas dentro da gente. É preciso abrir a janela e fechar as cortinas para que elas não aproveitem o embalo do ar e voltem para nos atormentar e nos fazer remoer o que passou. Não é possível debater tudo, rebater qualquer tipo de pseudoprovocação. O mais inteligente não é o que reage e vomita tudo o que pensa. Inteligente é aquele que fecha a cortina e ainda coloca um vasinho de flor no parapeito da janela. Dar a última palavra é para os fracos, que precisam se auto-afirmar e dizer a todo instante o quanto são os bons. Mas só deixando o silêncio entrar é que mostramos o quanto somos fortes.





Sobre a perfeição






















Muita coisa me dá nos nervos, uma delas é essa mania humana (desumana?) de querer tudo perfeito. Não nego que idealizo muita coisa na vida. É aquela velha história: a gente sempre acha que o outro tem que. Esqueço, por vezes, que o outro tem lá suas razões. Assim como eu e você.
Não gosto de gente muda, que guarda e não grita. Se algum dia amarrarem minhas mãos, perco a fala. Se me mandarem ficar quieta, explodo. Eu preciso dizer, isso pra mim é simples. Não tem que pensar, resgatar o que morreu. O que passou, por favor, tenha a elegância de deixar lá. Eu repito a dose e quem me conhece sabe: não sei emudecer. Porque eu escrevo e quem escreve não fica mudo nunca. Posso não falar com a voz, mas sempre digo com os olhos. Explico com os dedos. Repito a dose porque nunca sei onde me guardar. E você, que me lê, é meu cúmplice. A gente se sustenta se basta, se respeita. É por isso que vim aqui me explicar.

Ando sem entender muito do que quero pra minha vida. Deixo uma certeza: não vou te abandonar. Você pode sempre contar comigo e isso não é da boca pra fora, não é só mais uma frase bonita, não é mentirinha por educação. A gente vai ficar junto, mesmo que isso de vez em quando nos faça mal. Mesmo que você se incomode com o que eu escrevo. Mesmo que às vezes eu seja dura. Por Deus, queria que minha bunda fosse tão dura quanto minhas palavras. Mas entendo, hoje entendo, que nem tudo é perfeição.

Tenho uma idéia diferente do que é perfeito hoje, entende? Perfeito é o que a gente tem, não o que a gente quer ter. Bobeamos absurdamente na tentativa de querer perfeições. Pare de querer, comece a agir. Pare de reclamar, comece a caminhar. Tenho visto pessoas acomodadas em relacionamentos que estão fadados ao fracasso. Agora você me olha com cara torta e diz como-ela-sabe-se-nem-tem-varinha-de-condão. Não preciso e você sabe. Você sempre sabe, eu sempre sei. A gente se engana muito, entre umas e outras. É que depois de ter tomado umas e outras, eu vi. Ninguém muda, a não ser que queira. Mudar exige esforço. Mas, escuta aqui, vem pra perto de mim: tudo exige esforço. Não fica aí parado, vai, se move. Você quer que dê certo? Por favor, faça. Não chore, seja macha. Seja ninja, seja você. A gente descobre o que a gente é na hora em que busca o profundo, o vazio, o escuro. Porque na hora da festa mil sorrisos aparecem e iluminam. Na hora da dor, você se enfrenta, se pressiona, se agüenta. E só assim você acha o caminho. O caminho é sempre você, por mais estranho que isso pareça.

Fiz um escândalo, uma cena. A única na platéia era eu. E entendi que aquilo tudo que me disseram é só aquela busca besta pelo bonito. Ela queria ser perfeita ter filhos perfeitos, casamento perfeito, vida perfeita, família perfeita. O bonito nem era pra ela, era para os outros. Prometi que nunca iria ser assim, mas segui buscando aquela coisa perfeita e insisto aqui na coisa perfeita porque é ela que fode a gente inteira. Sem dó nem nada disso. Não quero essa vida, essas coisas, essa perfeição costurada. Sem remendos, não me venha com essa. Quero os meus sonhos, que podem ser bobos, mas são meus. Não quero uma vida mulherzinha-espera-marido-em-casa, não nasci pra isso. Tenho meus ataques de mulherzinha, mas minha voz é de mulher, ultrapassa tudo. Porque eu não me calo, não deixo aquilo tudo virar mágoa. A mágoa é um doce de goiaba azedo, que arde a língua e faz a garganta fazer cara de nojo. Minha vida não é isso não. Ela vai além. Eu nunca vou parar de falar, pode escrever isso aí no seu caderno desbotado.

Perfeito é o que eu vou construindo, um passo na frente do outro. Muitas vezes, pra alguns, ando pra trás. Mas sempre achei que de vez em quando a gente recua pra ir mais adiante. É recuando que consigo ter uma visão do horizonte. É vendo o horizonte que descubro exatamente pra onde quero ir. Vou, mas levo comigo minhas palavras. E você, é claro. Se não quiser se perder de mim, vem junto, dá a mão. Mas entenda que de vez em quando vou desabafar assim, eu e minhas crises existenciais. Eu e minhas idealizações enterradas ali mesmo, do outro lado da rua. E a vida ali, através da vidraça, me convidando para uma risada larga e escandalosa.
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P.S: Tem coisa mais besta, mais ridícula, mais retardada do que uma criatura com mania de perseguição. Achando que o mundo morre de inveja da “sua perfeição”. Isso é deprimente, ainda mais quando vem de uma pessoa com seus trinta e tantos anos de vida e sem um pingo de noção. (isso não tem nada com o texto, mas sim com babaquices que vi agora à pouco, n deveria nem registrar uma frase quanto a isso, mas não tive como me controlar, realmente amadurecer é uma dádiva.)



Achei coisas perdidas. E se achei, perdidas não mais estão. Volta e meia acho um papel solto, um pedacinho de folha rasgada, frases em caderninhos e cadernetas. Quer me ver feliz? Então me dê caderninhos, bloquinhos, frufruzinhos e canetas. Sou tarada por essas coisiquinhas. Escrevo por tudo e vou largando por aí. Mas eu encontrei um pedacinho de papel que dizia assim "não sei lidar com isso agora, não me peça para tentar". Não lembro quando nem como nem o motivo, mas a letra me pertence e o papel parece ser meio antiguinho.



Isso me fez pensar em tentativa e erro. É tentando que a gente acerta, é errando que uma hora se chega no lugar que queria. Tem coisa mais auto-ajuda que isso? Mas é a mais insana verdade, o que me leva a crer que a vida é a soma de frases de auto-ajuda. Quando alguém está mal a gente se pega dizendo calma-tudo-vai-melhorar. Quando passamos por um problema tudo-vai-dar-certo. Quando queremos muito uma coisa, por mais que a gente não pertença a nenhuma religião, lá estamos nós de terço na mão e oração na boca. Somos contraditórios.


Se nem eu consigo entender o que é meu, não vou pedir para que você entenda. Se volta e meia não consigo lidar com meus sentimentos, não vou exigir que você lide. Não quero ser ingrata e colocar no seu colo o que me pertence. Inclusive a minha imaginação, que é poderosa. Por isso, de fininho, me retiro do ambiente. E vou pro canto pensar nas coisas que eu preciso lidar, mas esqueci de lembrar.